domingo, 12 de fevereiro de 2017

Narrativa 1
Que leitor a escola me formou?

Falar da minha vida como estudante não é nada fácil mas faz parte de quem eu sou e quem sabe até alguém se identifique com o que vou relatar nas linhas seguintes.
Quando eu era uma criança, com 8 anos de idade, como toda criança esperta que faz muitas perguntas, quis saber o porquê de minha mãe não ter fotos dela grávida de mim e foi quando veio a grande descoberta: você é filha do coração!! Foi um dia bem difícil, naquela época não se falava em adoção, sofríamos preconceito severo até a própria família, diferente dos dias atuais que é um ato de amor incondicional.
Não lembro de ter dificuldade com os estudos antes deste acontecimento mas depois daí, aí sim, a insegurança e todos os outros atributos que um filho adotivo carrega começaram a aflorar na pele, rejeição e rebeldia mais tarde na adolescência. Passei a ter uma baixa alta estima o que desencadeou uma grande dificuldade nos estudos, alguns anos de repetência e professores que não eram preparados para saber lhe dar com casos como esse e outros mais que hoje são tão corriqueiros numa sala de aula, como autismo e síndrome de Down. Durante minha jornada como estudante não teve ninguém que identificasse o porque de tanta dificuldade na aprendizagem e mais ainda, que despertasse, que me apresentasse este mundo fascinante da leitura.
Mas aos 19 anos de idade, tive o meu primeiro contato com a leitura e consequentemente com o hábito de ler. Desenvolvi um amor pela leitura e descobri nela uma maneira de conhecer o mundo, ler histórias semelhantes a minha e a capacidade de resiliência que existe em nós quando queremos.

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